O Que é Economia Solidária?
Economia Solidária é um modo de produção diferente, que repensa a relação com o lucro
A Economia Solidária é uma forma autônoma de gerir os recursos humanos e naturais de maneira que as desigualdades sociais sejam reduzidas a médio e longo prazo. Ela também pode ser definida como um conjunto de atividades econômicas, de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito.
A vantagem da Economia Solidária é que ela repensa a relação com o lucro, transformando todo o trabalho gerado em benefício para a sociedade como um todo – e não apenas para uma parcela dela. Por isso, a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) foi criada no Brasil, sendo vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
A economia solidária, tem objetivo de incentivar produção socialmente justa
Empresas podem repensar seu papel na sociedade, adotar mudanças no sistema de produção e comercialização para tornar o mundo menos desigual como faz a economia.
Princípios da economia solidária
Para você entender melhor sobre essa forma de produção e consumo socialmente mais justos, listamos alguns princípios da economia solidária:
- Autogestão: as decisões administrativas são tomadas por todos os trabalhadores e trabalhadoras de forma igualitária, sem a figura de um patrão.
- Cooperação: ao contrário da competição, a cooperação pressupõe a adoção de ações conjuntas para atingir um objetivo em comum.
- Solidariedade: união de interesses e propósitos entre os membros de um grupo.
- Centralidade no ser humano: na economia solidária, todo o processo de produção, troca, distribuição e consumo foca, acima de tudo, no ser humano e seu bem-estar.
- Valorização da diversidade: envolve diversidade cultural, biológica, étnica, linguística e religiosa, entre outros exemplos.
- Valorização do saber local e da aprendizagem: implica na valorização do saber construído ao longo do tempo, de geração para geração, valorizando vivências e territórios.
- Justiça social na produção: por meio do equilíbrio entre partes desiguais, protege os mais vulneráveis.
- Cuidado com o meio ambiente: a economia solidária privilegia o uso racional e a conservação do meio ambiente, assim como ações de recuperação e educação ambiental.
Conheça as Setoriais da Economia Solidária
As atividades da Economia Solidária contempla atividades de organização da produção e da comercialização de bens e de serviços, da distribuição, do consumo e do crédito, observados os princípios da autogestão, do comércio justo e solidário, da cooperação e da solidariedade, a gestão democrática e participativa, a distribuição equitativa das riquezas produzidas coletivamente, o desenvolvimento local, regional e territorial integrado e sustentável, o respeito aos ecossistemas, a preservação do meio ambiente e a valorização do ser humano, do trabalho e da cultura.
Os grupos – intitulados Empreendimentos de economia solidária – existem no campo e nas cidades e geralmente são organizações coletivas de trabalhadores: associações e grupos de produtores; cooperativas de agricultura familiar; cooperativas de coleta e reciclagem; empresas recuperadas assumidas pelos trabalhadores; redes de produção, comercialização e consumo; bancos comunitários; cooperativas de crédito; clubes de trocas; entre outras.
Eixos de atuação:
EIXO I: ORGANIZAÇÃO SOCIOCOMUNITÁRIA
Espaços Multifuncionais de economia solidária (Centros Públicos e Casas da economia solidária).
Capacitação e Atuação de Agentes de Desenvolvimento Local e economia solidária.
EIXO 2: FORMAÇÃO E ASSESSORIA TÉCNICA
Incubação de Empreendimentos Econômicos Solidários.
Assessoria Técnica para Empreendimentos Econômicos Solidários.
Fundo Solidário (FS).
EIXO 3: INVESTIMENTOS E FINANÇAS SOLIDÁRIAS
Fomento às Finanças Solidárias.
Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCD).
Fundo Solidário (FS).
EIXO 4: ORGANIZAÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO SOLIDÁRIA
Organização da Comercialização de Produtos e Serviços da economia solidária.
Por meio do programa de inclusão produtiva é possível promover as seguintes iniciativas:
1. incentivo a comercialização dos produtos dos empreendimentos da economia solidária;
2. capacitação e assessoramento técnico promovendo a disseminação do conhecimento e da informação, que devem ter pertinência com as atividades pretendidas e com os temas da economia solidária;
3. fortalecimento de capacidades técnicas e gerenciais;
4. incentivo a formação de cooperativas de catadores de materiais recicláveis;
5. estruturação de espaços para capacitação e comercialização; e
6. apoio à agricultura familiar.
Como resultado, espera-se a potencialização das ações de economia solidária, contribuindo para a inclusão socioprodutiva de trabalhadores urbanos e rurais; promoção da educação ambiental; reaproveitamento e reciclagem de materiais; estímulo ao convívio social e às atividades culturais; e capacitação técnica e de gestão para os empreendimentos de economia solidária visando à emancipação sócio econômica dos beneficiários.
As ações podem ser desenvolvidas por meio de parcerias com órgãos e entidades da administração pública federal, dos estados, do Distrito Federal e de municípios, com entidades públicas e organizações da sociedade civil, na forma da legislação pertinente.